Muitos ciclistas britânicos estão silenciosamente a deitar fora capacetes que “parecem bem” após três anos. Parece desperdiçador. Mas também pode ser a diferença entre um susto e uma verdadeira lesão. Eis porque o hábito dos três anos está a espalhar-se — e como perceber se o seu capacete ainda cumpre os padrões de segurança de 2025.
Vira o capacete e olha com atenção para um autocolante gasto, sem saber se ainda é seguro ou apenas familiar. Na fila do café, uma ciclista atrás dele diz que troca o dela de três em três anos, sem discussão.
Ele ri, depois pára. As fitas parecem um tom mais claras do que costumavam ser. A espuma tem uma linha ténue, quase como teia de aranha, visível só sob a luz da janela. O leite ferve. A fila avança devagar. Ele vê as horas e encolhe os ombros.
Sai com um capacete novo num saco castanho. O que viu para mudar de ideia? Uma coisa simples.
Porque é que os “três anos” estão a tornar-se o padrão silencioso
Entre em qualquer loja de bicicletas no Reino Unido e pergunte sobre o tempo de vida útil de um capacete. Vai ouvir o mesmo: os materiais envelhecem, mesmo na prateleira. A espuma EPS endurece com os UV e as mudanças de temperatura. As fitas esticam, os fechos ganham pequenas fissuras e o arnês desaperta-se sem notarmos.
As grandes marcas sugerem três a cinco anos para ciclistas do dia a dia. Com as deslocações britânicas a somarem quilómetros sob chuva e sujidade, esse prazo pode ser menor. *Sim, o suor envelhece mesmo o capacete.* Se pedala quase todos os dias, três anos deixam de ser um excesso de zelo e passam a ser uma rotina sensata.
Isto não é lei. É física e hábito. E para quem já viu uma queda inofensiva tornar-se perigosa em tinta molhada ou folhas, o instinto de “fica para a próxima” desvanece-se. **Três anos é uma orientação, não lei.** É uma regra prática que acompanha o desgaste real do equipamento, especialmente no clima britânico.
As razões do dia a dia para trocar de capacete
Imagine alguém que vai de bicicleta para o trabalho três vezes por semana, durante dois invernos e uma onda de calor. São cerca de 300 dias. Contas rápidas: 150–200 horas de suor, sol, garoa e paragens no trânsito. A espuma EPS não derrete, mas as microfissuras acumulam-se nas aberturas e na borda.
Todos já vivemos aquela situação em que a fita prende no fecho do casaco ou o capacete cai no corredor. Não parte, mas uma parte de nós já não confia como antes. Os pequenos toques raramente deixam marcas visíveis. Por dentro, a espuma lembra-se. A troca de três em três anos é um modo de dizer: a memória tem limites.
Substituir após uma queda entra noutra categoria. **Troque após qualquer queda.** Não é negociável. Até uma queda lenta pode deixar uma marca invisível nas células da espuma. Pode não a ver, mas a absorção da energia muda na mesma. Pense nos airbags: uso único, mesmo que o painel continue com bom aspeto.
Existe mesmo um “padrão 2025”? O que importa na prática
No Reino Unido, a partir de 2025, o padrão para capacetes de bicicleta é o BS EN 1078 (geralmente apresentado como EN 1078:2012+A1:2012). É o teste europeu de absorção de choque, resistência das fitas e estabilidade. Após o Brexit, os capacetes podem trazer as marcas CE ou UKCA: ambas são aceites para venda ao consumidor segundo as normas atuais.
Existe também o NTA 8776 para speed-pedelecs, um teste mais duro destinado às e-bikes rápidas. Se conduz uma e‑bike legal que não passa dos 25 km/h, o EN 1078 é o normal. Se a sua máquina é mais veloz, ou circula a velocidades mais altas de forma continuada, o NTA 8776 vale bem a pena considerar.
O MIPS e outros sistemas rotacionais não são obrigatórios pelo EN 1078. São funcionalidades que muitas marcas usam para melhorar o impacto angular. Vale a pena? Muitos acham que sim. É exigido pelo “padrão 2025”? Não. O rótulo a verificar é o do número do padrão.
Como verificar se o seu capacete ainda cumpre o padrão 2025
Comece pela etiqueta. Vire as almofadas e procure “EN 1078” ou “BS EN 1078” e as marcas CE ou UKCA. Normalmente há uma data de fabrico por perto ou num autocolante pequeno debaixo do forro. Se essa data tem mais de três a cinco anos — e usa o capacete com frequência — está na hora de pensar em trocar.
Depois, faça um teste rápido: pressione suavemente a espuma para sentir zonas quebradiças; passe os dedos pelas aberturas à procura de fissuras; puxe as fitas e tente tirar o capacete para trás com a fita do queixo apertada. O ajuste continua a ser o essencial: dois dedos acima das sobrancelhas, um V certinho sob cada orelha, um dedo sob a fita. Vamos admitir: ninguém faz isto todos os dias.
Arranhões superficiais nem sempre são sinal de perigo, mas cortes fundos, fitas descoloradas ou um fecho pegajoso e gasto já são. **Procure “BS EN 1078” na etiqueta.** Se a marca desapareceu ou está desbotada num capacete velho, consulte o manual original ou a página do fabricante pelo nome do modelo.
Pequenas melhorias que aumentam muito a segurança
Criar um hábito de calendário: escolha uma data — mudança da hora ou mês da inspeção — e faça uma revisão ao capacete de dois minutos. Limpe as almofadas, enxague as fitas e deixe secar longe do radiador. Água fria com sabão suave chega. Detergentes fortes ou calor excessivo são inimigos silenciosos.
Guarde o capacete à sombra, não na prateleira traseira do carro e nunca pendurado no cano do aquecimento. Troque as almofadas quando achatam. Se o ajuste traseiro deixar de prender, troque a armação. São peças baratas e muitas vezes específicas da marca. Esqueça sprays modernos ou toalhitas com protetor solar — esses químicos envelhecem as fitas mais rápido do que pensa.
Se quiser uma revisão extra, vá a uma boa loja e peça um ajuste e uma vistoria. Em cinco minutos aprende o que procurar da próxima vez.
“O autocolante diz qual o padrão, o ajuste diz a verdade”, diz Maya, uma mecânica londrina que já regulou mais capacetes do que consegue contar. “Se abana, não o vai proteger como devia.”
- Veja a marcação: EN 1078 ou BS EN 1078, além de CE/UKCA.
- Faça o teste de rotação com a fita apertada.
- Procure fissuras nas aberturas e ao longo da borda.
- Verifique as costuras da fita e o clique do fecho.
- Note o autocolante da data de fabrico.
O fator tranquilidade
As pessoas não compram capacetes como pneus. Há apego, identidade, até superstição. Trocar de três em três anos parece impessoal. Depois, alguém de quem gostamos cai no paralelo molhado e levanta-se, e a espuma velha de repente parece ainda mais velha.
Se a sua etiqueta diz EN 1078, o ajuste é justo e os materiais estão frescos, está pronto para 2025. Se o autocolante quase desapareceu, as fitas estão gastas, ou já levou um toque, não pense demasiado. Um capacete novo é mais barato do que arranjar o ecrã de um smartphone e, convenhamos, mais útil se o dia correr mal.
Se pedalar muito, a regra dos três anos vira um ritual silencioso: verificar, decidir, seguir em frente. Não é uma regra a temer, apenas um hábito que torna o ciclismo mais leve — como fita nova no guiador ou corrente limpa num dia radiante.
| Ponto-chave | Detalhe | Relevância para o leitor |
| Ritmo de substituição | Três anos para utilizadores frequentes; trocar imediatamente após qualquer queda | Regra simples e clara que reduz riscos ocultos |
| Verificação do rótulo 2025 | Procure BS EN 1078/EN 1078 com CE ou UKCA | Forma fácil de confirmar se o capacete cumpre o padrão |
| Ajuste e testes rápidos | Dois dedos acima das sobrancelhas, V sob as orelhas, puxão das fitas e teste de rotação | Melhora a proteção prática em segundos |
Perguntas Frequentes:
- Os capacetes de bicicleta têm validade? Não têm prazo legal de validade. A maioria das marcas sugere trocar após três a cinco anos de uso regular, e sempre imediatamente após uma queda.
- Qual é o “padrão de segurança 2025” do Reino Unido para capacetes de bicicleta? Os capacetes à venda em 2025 devem cumprir BS EN 1078 (normalmente indicado como EN 1078:2012+A1:2012) e trazer CE ou UKCA. Para e-bikes rápidas, procure NTA 8776.
- O MIPS é obrigatório pelo padrão? Não. O MIPS e tecnologia semelhante protegem contra movimentos rotacionais mas não são exigidos pelo EN 1078. Muitos ciclistas optam por eles como segurança extra.
- Como posso saber se o meu capacete antigo ainda protege bem? Veja a etiqueta, procure fissuras, teste as fitas e o ajuste, e pondere a idade e o uso. Em caso de dúvida — ou depois de qualquer impacto — troque.
- Posso reciclar um capacete gasto? Depende. Algumas lojas aceitam devoluções. Pode tirar almofadas e fitas e colocar a espuma no lixo comum, ou procurar programas locais de reciclagem difícil.
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