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A diferença entre biodegradável e compostável é um detalhe que todos os consumidores devem conhecer.

Pessoa compostando restos de comida na cozinha moderna, com sacos de adubo em cima da bancada.

As cores são verdes suaves, os tipos de letra sussurram “eco”. Queres fazer a coisa certa, mas a coisa certa não é óbvia. Uma palavra soa como a outra, e o caixote em casa não é um laboratório. A diferença parece minúscula na loja e gigante ao pé do contentor.

O funcionário desliza uma caixa de takeaway pelo balcão e diz: “É compostável.” O vapor embacia a tampa enquanto sais para a chuva miudinha e analisam-se os contentores alinhados: reciclagem, lixo, resíduos alimentares. Um ciclista deita um copo “biodegradável” na reciclagem sem olhar. Um pai pausa, lê o rótulo, hesita e atira-o para o lixo. Todos já vivemos esse momento em que uma decisão simples se torna pegajosa. Queremos uma regra em que possamos confiar, não uma promessa num autocolante. E ali, à chuva, percebes que o rótulo é um mapa com estradas em falta. Um pormenor muda tudo.

Biodegradável vs. compostável: as palavras que enviam o teu lixo por caminhos diferentes

Eis o ponto-chave: Biodegradável ≠ compostável. “Biodegradável” significa que um material pode decompor-se por ação de microrganismos, algures, em algum tempo indefinido, em partículas menores. Compostável significa que se transforma em dióxido de carbono, água e composto rico em nutrientes num prazo testado, sem deixar resíduos tóxicos. Um é uma promessa vaga. O outro é um contrato com condições.

Pega no copo “biodegradável” de um piquenique. Se acabar enterrado num aterro com pouco oxigénio, pode ficar lá anos, libertando pequenos fragmentos e pouco mais. Um copo compostável certificado feito de PLA pode decompor-se na perfeição — mas só numa unidade de compostagem industrial a cerca de 58°C com ventilação constante. Em Seattle, a Maya deita o seu garfo de rótulo verde no contentor de orgânicos e desaparece num sistema municipal preparado para isso. Em muitas cidades, esse sistema não existe.

Tempo, temperatura, oxigénio e microrganismos decidem o destino do teu garfo. Tempo e condições contam. Produtos compostáveis que cumprem normas como a ASTM D6400 ou EN 13432 são testados para degradar em meses, sob condições específicas de compostagem. Os plásticos “biodegradáveis” muitas vezes não garantem isso e podem transformar-se em microplásticos pelo caminho. Isto não é apenas semântica. É saber se aquela colher vai tornar-se solo saudável ou se fica esquecida às escuras, sem utilidade.

Como comprar melhor e colocar no contentor com confiança

Começa pela leitura do rótulo. Procura certificações: BPI (América do Norte), TÜV OK compost (doméstico/industrial) ou o logótipo da “plântula” associado à EN 13432. Lê com atenção se indica “compostável em instalações industriais” ou “compostável em casa”. Se só disser “biodegradável”, considera-o uma incógnita. Na dúvida, opta por embalagens de papel ou fibra que indiquem claramente ser compostáveis.

De seguida, adapta o artigo ao sistema local. Se a tua cidade recolhe resíduos alimentares, consulta online quais os produtos aceites e as listas de exclusão. Os plásticos compostáveis na reciclagem causam problemas, e recicláveis no composto podem arruinar o lote. Na verdade, quase ninguém faz isto todos os dias. Cria um hábito simples — um pequeno recipiente para “incertos” em casa para verificar depois — e reduzirás rapidamente os erros.

Na rua, é confuso, portanto mantém uma regra principal em mente. Se tiveres um plástico “biodegradável” sem certificação, é normalmente mais seguro deitá-lo no lixo do que contaminar a reciclagem ou os resíduos orgânicos.

“Compostável é uma promessa com documentação. Sem certificação, não há garantias”, diz Ana Ruiz, gestora de uma central de compostagem municipal que recebe 300 toneladas de orgânicos por dia.
  • “Biodegradável” isolado: não é aceite na reciclagem nem no composto na maioria das cidades.
  • “Compostável” + logotipo BPI/TÜV: OK para compostagem onde aceite; não colocar na reciclagem.
  • “Compostável em casa”: pode ir para uma pilha de compostagem doméstica se mantiveres o calor e a ventilação; processo mais lento no inverno.
  • PLA, PHA, PBAT nos rótulos: muitas vezes apenas compostáveis em ambiente industrial.
  • Tigelas de fibra brilhante: escolhe as identificadas como “sem PFAS” para evitar toxinas no solo.

O novo olhar que transforma rótulos em ação

Pensa nos resíduos como linhas de transporte. Biodegradável é o autocarro local sem horários. Compostável é o comboio expresso com paragens e horários marcados. Assim que percebes o sistema, tudo se torna mais simples e pequenas rotinas pegam. É aí que os rótulos deixam de sussurrar e começam a dizer-te a verdade de que precisas. Procura certificações reais. Partilha uma regra simples com quem vive contigo. O teu caixote vai contar uma história diferente esta semana.

Ponto-chaveDetalheInteresse para o leitor
“Biodegradável” é vago; “compostável” é testado e tem prazo definidoEvita armadilhas de greenwashing na escolha das embalagens
Certificações: BPI, TÜV OK compost, EN 13432, ASTM D6400Facilita a verificação rápida de alegações
Adaptar o artigo às regras e contentores locaisEvita custos por contaminação e esforços desperdiçados

Perguntas Frequentes:

  • Todos os plásticos compostáveis são compostáveis em casa? Não. Muitos precisam de calor e ventilação industrial. Procura “OK compost HOME” para compostagem caseira.
  • Posso pôr artigos biodegradáveis no ecoponto? Não. Não foram desenhados para reciclagem com PET ou HDPE e podem estragar um carregamento.
  • E se a minha cidade não recolher resíduos para compostagem? Escolhe fibra ou papel com certificação de compostabilidade, ou opta por materiais recicláveis como alumínio ou PET transparente.
  • Sacos compostáveis servem para resíduos alimentares? Sim, se forem certificados. Algumas cidades exigem sacos BPI para proteger o equipamento e manter o composto limpo.
  • Quanto tempo demora o “biodegradável” a decompor-se? Não tem tempo definido. Pode demorar meses, anos, ou nunca se decompor totalmente, especialmente em aterros com pouco oxigénio.

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